Design funcionalista: rádio estilo Braun

Este rádio chamado de RT 20, produzido pela empresa Braun em 1961 é um ótimo exemplo do funcionalismo aplicado a um objeto – uma filosofia de simplicidade, durabilidade, ordem, racionalidade, funcionalidade e modularidade. Ele foi desenhado por Dieter Rams, que chefiou o departamento de design da empresa a partir de 1961.

Em 1955 se estabeleceu uma parceria direta da Braun com Ulm que gerou muitos produtos de sucesso: eles corporificaram os princípios funcionalistas da escola e marcaram a identidade da empresa por anos. Eram produtos como este rádio: discretos, equilibrados, honestos, simples, elegantes, com linhas retas e composição unificada. O acabamento era geralmente branco ou preto, com o logotipo em destaque. O que fosse desnecessário era eliminado do produto. O resultado foi tão marcante que ficou conhecido como “Estilo Braun” – “um design sem metáforas, frio, asséptico e objetivo” (SOUZA, Pedro L. P. Notas para uma história do design, 2000, p. 71).

O RT 20 é bastante prático de usar. Ele tem botões grandes e visíveis, agrupados por operação e importância, dial e saída de som evidentes, ou seja, todos os elementos são hieraquicamente organizados por tamanho e espaço através de uma grade rígida. Ele também é extremamente inovador. Basta compará-lo com os rádios da época (foto abaixo).

Funcionalismo alemão/ Ulm

O Funcionalismo é uma corrente de pensamento que considera que a função do objeto deve ser prioritária e determinante em sua aparência: a forma segue a função. Ele ganhou importância na Bahaus e com o final dessa escola influenciou o design nos EUA e na própria Alemanha (Escola de Ulm, 1953-68). Em Ulm o funcionalismo europeu atingiu seu apogeu. Otl Aicher, Tomas Maldonado, Max Bill entre outros são nomes importantes dessa época.

O programa de ensino era estritamente tecnológico e científico, eliminado ao máximo o caráter artístico defendido por Bill. Surgem novos padrões estéticos e pedagógicos. É enfatizada a qualidade técnica, a concisão formal, o uso de metodologia e do conceito da teoria da informação. Há uma superação da estética do gosto pela estética da constatação, formulada por Max Bense. Sua teoria dizia que depois da análise objetiva dos elementos estéticos e suas interferências, o projeto seria a síntese de aspectos semióticos e matemáticos.

A estética científica perseguia conceitos não figurativos e não metafóricos, configurando-se como uma ciência aberta sempre sujeita à revisão. O método, a ordem, a racionalidade e a visão do papel social do design tornaram-se os fundamentos da escola. Embora incompreendida por muitos, Ulm foi uma afirmação da autonomia do design como linguagem.

Omaggio ad Andy Warhol

Esta banqueta, como o próprio nome descreve, é uma homenagem a Andy Wahrol, o mais famoso artista Pop norte-americano, sendo uma referência direta as latas de sopa Campbells usadas em sua obra (1962). Feito em 1973 pelo Studio Simon – ou Simon Internacional – em Bolonha, Itália.

O banco é basicamente uma lata ou tambor de metal pintado com tinta através de técnica da serigrafia, com uma assento solto coberto com almofada e tecido. Ele tem aproximadamente 30cm de diâmetro e 42cm de altura. Há mais versões em diferentes cores.

A banqueta faz parte da série denominada Ultramobile (1971) de Dino Gavina – sócio da Simon Internacional. Este projeto tinha o objetivo de levar poesia para as áreas de convívio das pessoas por meio da mobília, rejeitando os princípios do racionalismo ainda muito presentes em todos os lugares. Existem móveis-tributos a diversos artistas, incluindo Wahrol.

Este banco exemplifica muitas das características do Pop: é popular, barato, supérfluo, leve, efêmero e tem um ar de juventude e diversão. Pode ser considerado um símbolo Pop pois rompe os ideais do Good Design servindo perfeitamente à demanda do consumo de massa de sua época.

Pop art/ Pop design

Peter Murdoch/ Cadeira Spotty feita de papelão/ 1963

A Pop Art nasce em meados dos anos 50. Embora considerado um fenômeno norte-americano, seu ponto de partida é a Inglaterra. A primeira obra Pop é Just What Is It that Makes Today’s Homes So Different, So Appealing?, 1956, de Richard Hamilton. Andy Warhol, Claes Oldenburg, Tom Wesselmann e Roy Lichtenstein são alguns nomes da época.

O Pop falava com o público por meio de signos do imaginário da cultura de massas e da vida cotidiana. O Pop não queria fazer um escape da realidade, mas uma apreciação da mesma: retratar a sociedade industrial. Sua matéria-prima era o repertório inexplorado da visualidade moderna: imagens de revistas, quadrinhos, cinema, propaganda, TV, móveis em série, etc.

No campo do design, o movimento Pop refletiu perfeitamente a lógica da indústria dos anos 60, com aumento de produtividade e obsolescência programada. O produto Pop segue a ética do efêmero: sua produção é barata e descartável após o uso. Um bom exemplo disso é o extenso uso do plástico, material que se torna o favorito desses designers.

O Pop é uma ruptura com o Good Design dos anos anteriores e um anúncio dos movimentos de contestação (Anti-Design e Design Radical) dos anos seguintes, colocando em questão os valores Modernos e predizendo o nascimento futuro do Pós-Modernismo.