Construtivismo e design gráfico
Dentro das “vanguardas históricas” com tendências construtivistas deve-se citar além da Rússia (Tatlin, Malevich, Rodchenko, El Lissitzky, Lyubov Popova etc) a Holanda (Theo Van Doesburg, Rietveld etc) e a Suíça (Hannes Meyer, Hilbersheimer etc). No caso da Suíça, país no qual uma revolução burguesa não foi necessária, o radicalismo formal e político também foi intenso. O mesmo ocorreu na Holanda com o movimento De STIJL.
O De STIJL explorou profundamente as noções de equilíbrio e assimetria, buscando formas racionais e harmônicas de organização dos elementos no espaço bidimensional. Seu rigor formal excessivo se apresenta num vocabulário visual restrito, no qual se destaca um geometrismo exagerado e uma priorização à estruturação perpendicular.
A entrada do construtivismo na Bauhaus – a famosa escola alemã popularmente conhecida como o berço do design moderno – deve-se em grande parte a ação de um holandês, Van Doesburg. Ele era crítico em relação ao caráter estético e individualista presentes na Bauhaus, cujo manifesto inicial foi considerado um erro expressionista de Gropius. Embora não tenha sido admitido na escola, suas aulas livres correndo em paralelo acabaram por contaminar, aos poucos, a ideologia da Bauhaus.
Algumas das maiores heranças do Construtivismo na construção do design gráfico – veiculadas pela internacional construtivista e divulgadas para o mundo capitalista através do De STIJL e da Bauhaus – podem ser citadas:
– o uso da tipografia em corpos grandes e como elementos pictóricos,
– o estabelecimento da necessidade de um ponto de atração na área da composição,
– a exploração intensiva das possibilidades da fotografia,
– a mescla orgânica de texto e layout,
– a forte recusa da harmonia clássica,
– o conceito de uma lógica interna e de uma dinâmica entre os elementos da composição,
– a recorrência a angulações de imagens e formas que surpreendam o observador,
– o estabelecimento de uma linguagem visual essencialmente sintética.
Outras características como o uso de famílias tipográficas estandardizadas, o recurso a um sistema de grade que organize a superfície do projeto, a recorrência a elementos e signos visuais já testados e presentes no repertório social e o estabelecimento de uma mancha gráfica claramente identificável pelo observador, foram preocupações mais especificas da Bauhaus.