Código de barras inusitado

O código de barras que está presente em quase todas as embalagens que existem é um elemento gráfico tratado pelos designers com pouco interesse. Ele está sempre no verso, no cantinho, quase sem espaço e muitas pessoas nem reparam nele, não é verdade? Não pra todo mundo!

Um empresa japonesa (D-barcode) faz um trabalho bem diferente com os códigos de barras, valorizando-os. Ele utiliza as necessárias barrinhas como motivo para propostas visuais interessantes. Isto é possível porque, se for respeitada uma determinada área de leitura do código (uma pequena faixa sem interferências), o restante pode ser utilizado de maneira criativa.

Aqui no Brasil algumas empresas estão fazendo uso de formatos diferentes nos seus códigos de barra, mas de maneira mais tímida e menos divertida que tal empresa do japonesa.

Embalagem quadrada

Existe uma tendência hoje nas embalagens de alimentos – especialmente nas garrafas de bebidas como refrigerantes, sucos, iogurtes etc. – em buscar formas orgânicas, traços arredondados, silhuetas curvas.

Quando os líderes de mercado lançam uma moda, geralmente as outras marcas os seguem, cedo ou tarde. Faz parte da lógica de identificacão dos produtos como uma categoria única: se seu produto é um achocolatado ele não deve parecer um suco à base de soja… principalmente se você não é a marca líder.

Por essa razão é interessante ver esta embalagem de água saborizada – Aloe Vera King – tão “quadrada”. Ao contrário de sue shape, o rótulo não se apresenta inovador ou diferente. Na contramão da tendência atual no mercado brasileiro, a gostosa bebida coreana, se apresenta numa embalagem pet transparente, sem corantes artificiais, sem açúcar e sem nenhuma curva sinuosa.

A comida como ela é

Você sabe aquela sensação apetitosa despertada ao olhar uma embalagem de comida que promete – por meio de uma bela fotografia ou ilustracão – um lanche extremamente delicioso e suculento, cheio de recheios que derretem e se espalhavam de maneira abundante no seu prato?

E depois, aquela frustação de ver que na realidade o lanche não chega nem perto disso – você terá sorte de achar uma ou duas gotinhas daquele recheio duro e sem graça? Quem nunca passou por isso não verá a menor graca no trabalho desse pessoal alemão. Eles fotografam a comida retirada da embalagem e a comparam com a própria embalagem. O resultado chega a ser engraçado de tanta diferença que existe.

http://www.pundo3000.com/werbunggegenrealitaet3000.htm

Embalagens se transformam em arte

No ateliê da carioca Beatriz Milhazes consomem-se balas e chocolates em grandes quantidades. Só que os doces em si são descartados. O objeto de desejo da artista plástica são mesmo as embalagens: graças às cores chamativas, elas se converteram em matéria-prima de suas colagens.

“Não há nada mais sedutor que um papel de bala”, afirma Beatriz. O mercado de arte parece concordar. Suas telas abstratas de tons vibrantes despertam o apetite de colecionadores pelo mundo afora. Em maio, uma obra de 2001 intitulada O Mágico alcançou preço superior a 1 milhão de dólares num leilão da Sotheby’s em Nova York – recorde para um artista brasileiro vivo. Não é exagero dizer que se vive um momento Beatriz Milhazes.
(Veja edição 2076 – ano 41 – nº 35 – 3 de setembro de 2008)